quinta-feira, 26 de junho de 2008

Maternidade de Bragança não aconselha presença do pai nas cesarianas

Na maternidade de Bragança, do Centro Hospitalar do Nordeste, os pais são aconselhados a não assistir às cesarianas. Se um parto tiver ser feito recorrendo a este tipo de cirurgia, os progenitores são sensibilizados para não estarem presente durante o nascimento.
O director clínico do centro hospitalar explica que há inconvenientes, dado tratar-se de um acto médico feito no bloco operatório. Sampaio da Veiga entende que é necessário “explicar ao pai que a cesariana se processa num ambiente esterilizado, com condições muito próprias e portanto não era aconselhável estar presente, porque não estando habituado podia trazer-lhe algum mal-estar”. “A cesariana é uma operação que tem todas as condições e exigências de uma cirurgia de barriga aberta e por isso impressiona mais do que uma situação de parto”, defende o director clínico.
Para além disso, Sampaio da Veiga salienta que a presença de um elemento externo no bloco operatório pode representar risco de infecções. “O estar num bloco operatório é uma situação constrangedora, a pessoa não se sente a vontade e pode cometer erros de posição, de estar, pode reagir de forma negativa à situação”, explica Sampaio da Veiga referindo que “é preciso respeitar as condições mínimas de higiene e de cuidados para evitar complicações que sempre podem surgir”.
No entanto, o director clínico adianta que até ao momento não houve pedidos por parte dos pais para assistir a cesarianas. “Não há pedido para os pais assistirem, apenas há assistência na sala de partos normal”, revela o director clínico do centro hospitalar. “A ida ao bloco operatório, que é o que implica uma cesariana, não há registo de solicitações, se houvesse seria explicado e pedida a colaboração e compreensão das pessoas para que não assistissem a essa cesariana”, conclui Sampaio da Veiga.
Na maternidade de Bragança, os pais só podem assistir ao nascimento dos filhos quando tal acontece nas salas de partos.
Uma possibilidade que advém da concentração do serviço na unidade hospitalar da capital de distrito, onde foram criadas duas salas de parto.


Publicado in "Rádio Brigantia" (24 de Junho de 2008)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Médicos de leste e brasileiros substituem clínicos espanhóis

Os médicos espanhóis estão a abandonar o distrito de Bragança.
Sobretudo nos últimos dois anos metade dos clínicos que trabalhavam nos centros de saúde regressaram a Espanha.
Contratos mais atractivos no país de origem estão a aliciar os médicos a voltar a casa e consequentemente a abandonar a região.
Em 2006, havia na sub-região de saúde de Bragança, cerca de 14 clínicos. Agora são sete.
“Anteriormente nós tínhamos vários médicos espanhóis que vinham fazer a especialidade em medicina geral nos centros de saúde e ficavam cá” a afirma coordenadora da sub-região de saúde de Bragança. “Em 100 médicos de família, que é o total que temos nos centros de saúde, tínhamos 14 médicos, mas nos últimos dois anos perdemos sete e não têm vindo mais médicos espanhóis a ocupar as vagas do internato da especialidade” adianta Berta Nunes. A responsável entende que esta situação “se deve ao facto de na Galiza e em Castilla e Léon os médicos estarem a ser mais procurados e serem oferecidos outros contratos que devem ser mais atractivos e que os leva a sair”.
Para substituir estes médicos têm vindo a ser contratados outros profissionais, alguns vindos de países de leste. “Há sempre alguma dificuldade em contratar médicos para o interior mas nós temos conseguido fazer contratos com clínicos de outra nacionalidades nomeadamente dos países de leste, brasileiros e alguns dos PALOP que estão, de certa forma, a colmatar essa falha”, refere.
Já no Centro Hospitalar do Nordeste, esta situação não se verifica.
Segundo o director clínico, os médicos espanhóis que ali prestam serviço não têm manifestado interesse em sair. “São 14 médicos” afirma Sampaio da Veiga. “Nove são do quadro de especialistas como a neurologia, anestesia e cirurgia, e cinco de medicina geral que participam no serviço de urgência”. O responsável explica que “neste momento estão todos a trabalhar e não houve nenhuma denúncia de contrato nem sentimos qualquer dificuldade em mantê-los”.
Sampaio da Veiga garante que os profissionais estão perfeitamente integrados, sendo que alguns já constituíram família em Portugal.




Publicado in "Rádio Brigantia" (18 de Junho de 2008)

Hospital de Bragança desmente erro nas obras da urgência


Não há qualquer erro nas obras de construção da nova urgência do Hospital de Bragança, quem o diz é Henrique Capelas, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Nordeste, em resposta a uma notícia publicada na edição desta semana do Jornal Nordeste. O semanário dá conta de um erro que obrigou a rebentar com grande parte de uma placa de cimento para aumentar a altura dos pilares.Henrique Capelas, diz que não se trata de nenhum erro, apenas foi decidido instalar uma nova tecnologia de extracção de ar, muito comum nas salas de cirurgia. Como a nova urgência vai dispor desta valência, decidiu-se instalar o referido sistema de ar condicionado, o que levou a pequenas alterações na obra. Apesar destas alterações, o atraso que poderá causar na conclusão da obra é ridículo, diz Henrique Capelas. A nova urgência do Centro Hospitalar do Nordeste deverá estar pronta em Janeiro do próximo ano.


Publicado in "Rádio RBA" (18 de Junho de 2008)

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Aumento de 50% na procura de dietéticos em Bragança


Já começou a corrida aos dietéticos na cidade de Bragança. De acordo com alguns farmacêuticos, nesta altura do ano, há uma procura exponencial de produtos para ajudar a emagrecer. Relativamente à época de Inverno o aumento situa-se na ordem dos 50%.
Com o aproximar do Verão as mulheres entre os 30 e os 50 anos de idade são as que mais procuram este tipo de medicamentos, mas segundo alguns farmacêuticos há cada vez mais homens a querer um suplemento para reduzir o peso.
Nas farmácias faz-se publicidade a Anti-celulíticos, cremes, comprimidos para emagrecimento, entre outras ofertas. “Nesta fase começa haver uma procura maior desse tipo de produtos começam a preocupar-se com a forma para o verão”, refere uma das farmacêuticas entrevistadas pela Brigantia, acrescentando que “hoje em dia já se nota a nível dos homens uma grande preocupação com a procura destes produtos, já percebem que é importante manter a forma e que já há produtos específicos para eles”. “A partir de Março, todos os anos sente-se uma maior procura, mais de 50%”, considera outra farmacêutica.
Os farmacêuticos recomendam exercício físico aliado ao efeito dos medicamentos e por isso os responsáveis pelos ginásios de Bragança também sentem uma forte procura nesta altura do ano. “Eu diria que é substancial, sentimos que de facto nesta altura há uma maior procura de novos frequentadores”, refere o proprietário de um ginásio de Bragança. “Já há quatro anos que trabalho nesta área e sempre nesta altura do ano a afluência é muito superior, os homens são mais fiéis na procura”, admite a responsável de um ginásio brigantino.
Elisabete Ventura, nutricionista do centro de saúde de Bragança, admite que os produtos para ajudar a emagrecer podem ter algum efeito, mas salienta que há outras atitudes a tomar relativamente ao estilo de vida. “Pode a curto prazo ter algum efeito, mas em primeiro lugar ter uma alimentação equilibrada, fazer uma boa ingestão de água, e praticar exercício”, defende a nutricionista salientando que “normalmente estes três cuidados acabam por evitar ter que se chegar ao uso de determinados produtos”.
Danças africanas, artes marciais, aeróbica, step, cardiofitness são várias as actividades que estão disponíveis nos ginásios e que os brigantinos procuram com maior assiduidade nesta altura do ano, em que estamos a cerca de um mês do início oficial do Verão.


Publicado in "Rádio Brigantia" (28 de Maio de 2008)

Gestão do Serviço de Urgência Básica gera polémica em Macedo


A câmara de Macedo volta a contestar a gestão do Serviço de Urgência Básica da cidade pela Sub-Região de Saúde de Bragança, apesar de estar a funcionar nas instalações da Unidade Hospitalar distrital. A autarquia não concorda com esta situação que quer ver alterada.
O serviço de urgência básica funciona afectado ao centro de saúde, mas segundo a autarquia deveria estar a cargo da direcção do Centro Hospitalar do Nordeste, ou seja, do hospital distrital de Macedo. Uma decisão que vem em despacho no Diário da República, e para que não restem dúvidas, o presidente Beraldino Pinto levou para a reunião de Câmara cópias dos documentos que comprovam a decisão do Governo. “O despacho é muito claro, o hospital de Macedo integra a rede de urgências”, assinala o autarca referindo que “é isso que nós exigimos, que seja cumprido por ser de direito próprio e por ser legalmente o que está definido”.
Em posse dos documentos, o vereador da oposição, Rui Vaz, não está ainda convencido da necessidade de afectar o serviço de urgência ao Hospital. “ Estou preocupado é que a saúde em Macedo e em particular o serviço de urgência básico seja eficiente e seja aquilo que os macedenses exigem”, considera o vereador afirmando que “a partir desse momento, seja de um lado seja do outro, acho que é secundário”.
Documentos à parte, a gestão do serviço de urgência básica de Macedo vai continuar a cargo do centro de saúde, até que Ana Jorge algo indique em contrário. A autarquia já contactou a ministra da saúde, mas ainda não obteve resposta.
Um assunto que tem sido debatido durante as últimas três sessões do executivo camarário de Macedo de Cavaleiros.
Publicado in "Rádio Brigantia" (27 de Maio de 2008)

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Jovem de Bragança morreu com anorexia

Um caso de morte por anorexia já foi registado em Bragança.
Aconteceu há 10 anos mas o problema não deixa de ser actual. Na região há vários casos de adolescentes a sofrer desta doença.
As raparigas são as mais afectadas por esta disfunção alimentar, mas os jovens de sexo masculino, mesmo que em menor número também são atingidos pela patologia. E o caso de morte ocorreu precisamente com um rapaz de 15 anos.
A anorexia nervosa esteve em análise, ontem no Instituto Português da Juventude, no âmbito do trabalho: “Anorexia Nervosa/Influência Social”, apresentado por um grupo de alunos da Escola Superior de Educação de Bragança.
Elisa Vieira, pedopsiquiatra relembrou que Bragança já teve um caso de morte por anorexia. “Houve apenas um, mas quando chegou á primeira consulta num estado de caquecia de tal ordem que teve de ser transferido para um hospital central e já não havia nada da a fazer” conta. Esta especialista afirma ainda que na região “há alguns casos tanto de bulimia como de anorexia e entrando no estado de doença há alguns mas não são muitos”.
Elisa Vieira não quer deixar conselhos aos jovens que ajudem a prevenir a doença, prefere enviar a mensagem aos fabricantes de roupa. “Há algumas marcas preferidas dos jovens que foram proibidas de fazer tamanhos S mas se formos às lojas encontramos jovens magras a dizer que não se conseguem meter dentro de um L”. Por isso defende que tem de “haver uma legislação que obrigasse a fazer tamanhos maiores”.
Na sessão estiveram presentes alunos de algumas escolas de Bragança.
Marta Morgado, porta-voz do grupo responsável pela realização do trabalho garante que os jovens ficaram sensibilizados com o tema. “Recolhemos alguns vídeos que tinham imagens chocantes e só desta maneira é que se incentivam e por isso acho que alguns ficaram sensibilizados”.
A anorexia nervosa caracteriza-se por uma rígida e insuficiente dieta alimentar, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais.
A anorexia pode mesmo colocar em risco a vida da pessoa e comprometer drasticamente a saúde.



Publicado in "Rádio Brigantia" (20 de Maio de 2008)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Hepatite afecta três por cento da população

Toxicodependentes são população de risco, mas grande parte dos casos não está identificada
Cerca de 3% da população está infectada com o vírus da hepatite B e C. No entanto, os números poderão ser maiores, já que os grupos de risco, como os toxicodependentes, são os que apresentam maior prevalência desta doença e a maioria deles não estão identificados.
Os dados foram revelados à margem de uma conferência, realizada na semana passada, no Instituto Politécnico de Bragança, vocacionada para os proffissionais de saúde.
Considerada por Fernando Andrade, do Centro de Respostas Integradas (CRI), como uma "doença comportamental", relacionada com comportamentos de risco, as hepatites devem ser alvo de sobretudo de prevenção.
Os especialistas consideram que é necessário alertar a população que usa drogas por via intravenosa para que não partilhem seringas. Mas o alerta deve ser também dado aos mais jovens, para que não tenham relações sexuais desprotegidas.
O CRI trabalha com a população que usa drogas ilícitas e licitas, como é o caso do álcool e do tabaco. Dos 1400 utentes inscritos, os especialitas referem que apenas 855 foram rastreados. Acresce ainda que parte da população infectada está em estabelecimentos prisionais, local onde, segundo os especialistas, "existe grande valência de doenças infecto-contagiosas".
Sempre que é detectado um doente com hepatite, os especialistas reencaminham-no para as consultas de Medicina para dar início ao tratamento. Todos os medicamentos necessários são fornecidos pelo Hospital e têm efeitos laterais semelhantes à gripe. No entanto, conforme sublinhou Eugénia Parreira, são tratamentos que permitem reduzir a carga viral e o risco da doença evoluir. Por isso, os utentes devem ser seguidos durante meio ano ou um ano, sem interrupções, consoante as indicações do médico.
"O pior que pode acontecer é o doente suspender o tratamento", alertou a especialista, uma vez que isso leva à resistência do vírus a novas terapêuticas.
Da experiência que tem como profissional no serviço de Medicina Interna no Centro Hospitalar de Bragança, Eugénia Parreira afirma que quase 90% dos doentes leva o tratamento até ao fim, embora com "muito sacrifício pessoal".
A hepatite B é transmitida através de sangue, agulhas, materiais cortantes contaminados, tintas de tatuagens ou relações sexuais. Já a hepatite C é transmitida, sobretudo, através de transfusões sanguíneas, uso de drogas, entre outras.
Escrito por Carla A. Gonçalves e publicado in "Mensageiro" (16 de Maio de 2008)